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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O MENINO QUE QUERIA VOAR


TRECHOS DO LIVRO

Na madrugada seguinte, foi acordado por barulho de correntes dentro da
sua casa. Como homem destemido que era, levantou-se no escuro para não
chamar atenção dos invasores, pensando em pegá-los desprevenidos e amarrá-
los nos troncos do castigo, como eram castigados os invasores de propriedades
antes de os levarem para prisão. Esse tronco era o mesmo da antiga senzala, que
ainda estava fincado em suas terras desde os tempos dos escravos.


Silenciosamente, pegou sua garrucha debaixo do travesseiro e tentou sair do
quarto, mas foi surpreendido por um túnel de vento e um redemoinho que surgiu
dentro do seu quarto e o ergueu no ar como se fosse uma pena de ganso. Em
seguida, oito mãos apareceram do nada, como se surgissem do túnel do tempo
em suas costas. Imobilizado, ele só pôde ver os vultos, que o envolveram num
redemoinho estonteante. Logo em seguida, foi dominado por quatro negros
fortes que se materializaram, seguraram-no com suas mãos geladas e o
acorrentaram na cama com as correntes que carregavam em seus pescoços. Em
seguida, murmuraram em seu ouvido com vozes que ecoavam em seu cérebro,
aconselhando-o a não retirar o ouro deles ou na próxima vez seria enterrado vivo
juntos com os caldeirões.


Quando questionado pela plateia se viu algum rosto de
escravo, Zé Queiroga afirmava que só viu vultos disformes. Em seguida, foi
induzido a um sono profundo, e no dia seguinte acordou somente ao entardecer
sem as correntes em seu corpo, pensando ter tido um pesadelo foi procurar as
pepitas, mas elas haviam desaparecido com o caldeirão. Ele fazia um suspense e
completava com olhar de que teria realmente visto, alma de outro mundo

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