Ano 1963. centro da Cidade do Rio de Janeiro.
Segunda-feira, 23 de dezembro,
quatro horas da tarde.No centro da cidade, o povo vivia a expectativa de novos tempos com a proximidade do Natal e do Ano-Novo. A política no país capengava com incertezas e rumores, mas o povo mantinha
as esperanças em dias melhores, pois era a semana do Natal, e o
espírito cristão e natalino ainda predominavam sobre a maioria das pessoas, fazendo com que esquecessem por alguns instantes das agruras do mundo. As lojas estavam enfeitadas para o Natal,com presépios retratando o nascimento do menino Jesus. Nas vitrines das lojas, bolas coloridas e luzes piscavam em ritmo cadenciado nas árvores natalinas, iluminando o Papai Noel e suas renas, embalados por músicas de Natal que ecoavam nas ruas, vindo das lojas de nome Rei da Voz, e davam o clima festivo do mês de dezembro. “Jingle Bells” era a música que tocava na maioria das lojas do cen-tro da cidade. A multidão aglomerada em busca de novidades se acotovelava nas lojas de discos, pois as vendas demúsicas natalinas aumentavam com novos lançamentos e a maioria dessas pessoas preferia “Noite Feliz”, escrita em 1818 pelo padre Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber. O clima era contagiante em toda cidade e principalmente nas ruas da Alfândega e Sete de Setembro, onde a maioria das lojas se concentravam, por esse motivojá estavam cheias de homens, mulheres e crianças aparentemente felizes, na
sua maioria consumidores em busca de presentes. As pessoas se aglomeravam em frente às vitrines de joalherias, e a jovem ficava de olhos bem abertos, vidrados e arregalados, admirando os homens comprando colares para suas mulheres ou amantes. Proeminentes senhoras da alta sociedade, ávidas por novidades, enchiam os maga-zines do centro da cidade e carregavam a tiracolo suas empregadas para carregarem suas compras.
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