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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

O MENINO QUE QUERIA VOAR.

TRECHO DO LIVRO. Dos notivagos da região o mais convincente de todos era Zeca Calango, mestiço de olhos verdes e forte como um touro, exímio tocador de acordeom. Ele gostava de cantar cantiga de rima, antes de começar a narrar suas histórias como a rima que lhe deu nome: “Calango-tango no caminho da lacraia, vou tocando e me rindo no calango, atrás de um rabo de saia”. Vindo das cercanias de Arcozelo, Zeca Calango contava suas fábulas, sempre com um sorriso de canto de boca, valorizado por três dentes de ouro. A sua preferida era da mula Fantasma. Dizia que, na lua nova, no alto do Morro do Fama, a mula sem cabeça trotava na estrada, soltando labaredas da degola e, por onde passava, deixava um rastro de destruição e terror, incendiando lavouras, cafezais e ranchos. Afirmava, convicto de suas histórias, que essa alma penada era da mula de um escravo de nome Justino, que recebera o animal do seu senhor, o Conde de Avelar, como prêmio por nunca ter sido castigado. Mas, o fato ocorrido, em uma fatídica noite de lua cheia com a mula desse pobre homem deu origem à suposta lenda para alguns e fato real para os sábios da região, principalmente ele, o destemido Zeca Calango, que se apresentava como descendente do escravo Justino. Ele narrava, com voz trêmula, insinuando medo que, em uma noite do século passado, a mula foi confiscada por homens que se achavam acima da lei, quando Justino subia o Morro do Fama caminhando ao lado da sua mula Santinha. O nome de Santinha era porque o animal era muito calmo e obediente. Justino amava sua mula, pois era sua única companhia naquela longa jornada, madrugada adentro, no caminho do imperador, para entregar carvão na fazenda da Maravilha em 1845, tarefa que ele cumpria, religiosamente, há mais de vinte anos. M.C. Jr., João. O menino que queria voar . SG Leitura Digital. Edição do Kindle.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

UM SILICONE ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA.

O jornalista, conhecido nos meios da imprensa pelo seu sobrenome Barata, acompanha seu amigo e detetive em suas noitadas. Boêmio por natureza, e sempre movido por uma suposta paixão, o detetive torna-se um obcecado frequentador do Cassino da Urca; e, como diz seu amigo jornalista: – Ele se achava o perfeito Don Juan. Determinado, ele não desistia nunca de suas conquistas até dobrar a suposta resistência de uma cantora misteriosa. Todavia, ele não sabe que a sedutora cantora é uma espiã ardilosa, tem um relacionamento íntimo com uma outra bailarina do Cassino da Urca e, ao mesmo tempo, trabalha a serviço dos russos, em busca de um segredo industrial que irá transformar as mulheres em símbolos sexuais do século XXI e revolucionar o mundo da estética feminina. Esse detetive, amante da boêmia com seus conflitos existenciais, envolvido em um triângulo amoroso, ao mesmo tempo, irá se deparar com um misterioso assassinato, e será incumbido por seu chefe de elucidá-lo. A descoberta do corpo da mulher desejada por todos os frequentadores do teatro de revista boiando de bruços na piscina do hotel, com uma faca cravada nas costas, produz um frenesi no mais glamoroso hotel do Rio de Janeiro. Esse fato tinge com cores fortes, manchando de vermelho o azul da piscina mais glamorosa da cidade. Nenhum rastro de sangue ao redor do local Costa, JOÃO (2019-09-04T22:58:59.000). UM SILICONE ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA. (01) . JOÃO COSTA. Edição do Kindle.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.

A violência não escolhe vítimas, pois crianças, velhos e policiais são todos vitimados por essa onda nefasta. Ademais, corriqueiramente algumas cidades são sitiadas por bandos armados que nos remetem ao passado, fazendo-nos relembrar o faroeste do tempo das diligências. Sul da cidade Em um shopping no bairro Dourado, o detetive Romão, lotado na Delegacia de Roubos e Furtos, passeia com sua namorada. Eles entram numa loja de roupas femininas da marca Lellis France e sua namorada escolhe cinco pares de sapatos importados de 500£ e bolsas de R$ 2.000,00. Romão está sentado bem relaxado numa poltrona de couro, parecendo mais um DJ bem-sucedido trajando uma calça jeans da grife DL. Ostentando um relógio Rolex de ouro no pulso e um cordão de ouro com uma cruz cravejada de brilhantes, Romão age como uma celebridade do mundo do showbiz.

ACASO DO DESTINO.

TRECHO DO LIVRO.
Segunda-feira, 23 de dezembro de 1963, uma hora da tarde. A jovem caminhava lentamente na Praça Tiradentes, e alguns pombos brancos alçavam voo sobre sua cabeça. Ela parou indecisa em frente ao Teatro Carlos Gomes, sem a noção exata de para onde seguir. Seus pés doíam dentro do seu sapato anabela gasto e com o salto deformado, que lhe tirava o equilíbrio. Ela ficou por alguns segundos parada na esquina, pensando para onde ir, e estava tão distraída com seus pensamentos confusos que não percebeu a aproximação de um senhor de terno escuro e gravata branca e sapatos bicolor, com seu perfume barato exalando pelos poros e olhar matreiro sobre ela. Sem que ela percebesse, num gesto sutil, ele a segurou pelo braço, puxando-a para perto dele. Numa abordagem direta, ele lhe ofereceu dinheiro para fazer um programa e acompanhá-lo até o hotel mais próximo dali. Surpreendida com a proposta obscena, ela reagiu de forma brusca, demonstrando repulsa àquela figura um tanto asquerosa. Ela desvencilhou-se de suas garras e o empurrou com força, jogando-o no chão. Ele levantou-se e limpou sua roupa com um lenço branco que tirara do bolso traseiro de sua calça molhada. Paralisado com a atitude surpreendente da jovem, ele a olhou com ódio, fazendo menção de agredi-la, mas se acovardou ao perceber que um policial o observava do outro lado da rua, então esbravejou alguns palavrões ainda no asfalto MC.JR, JOÃO . ACASO DO DESTINO . Edição do Kindle.

GALERIA PARTICULAR.