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São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

COLEÇÃO
VIAGENS NA FI C Ç Ã O

O MENINO QUE QUERIA VOAR


Um livro vai para além de um objeto. É um encontro entre duas pessoas
através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a
Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação
de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo
quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio
para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.
chiadoeditora.com
Brasil | Portugal | Angola | Cabo Verde
Avenida da Liberdade
Nº 166, 1º Andar
1250-166 Lisboa
Portugal
o Morro do Fama. Seu condutor coloca a cabeça para fora
e respira fundo para sentir o aroma do campo e o frescor
da manhã. Logo adiante, já no topo, ele para o carro em
um recuo da estrada e tenta saltar, mas é contido pelo
pesado tráfego de caminhões que cruzam a sua frente,
disputando espaço com motos e carro de passeio. Ele,
pacientemente, aguarda relaxado dentro do carro, prepara
sua máquina fotográfica e espera o trânsito diminuir para
que possa usufruir da paisagem do vale que descortinava
à sua esquerda. Minutos depois, ele sai do carro e procura
um lugar mais acima, subindo o barranco com alguma
dificuldade, por não ser mais tão jovem. Além disso, tem
o cuidado de certificar-se se a vegetação está firme no
solo, tendo noção do perigo e que não pode arriscar-se a
uma queda no penhasco, pois estava só naquele momento.
Cautelosamente, ele agarra-se à vegetação rasteira
até atingir uma pequena árvore que parece ser uma
castanheira. Ele pensa que gostaria de ter o poder de voar
para não precisar gastar tanta energia para subir o Morro
do Fama e desfrutar como os pássaros de uma visão aérea
do vale, mas, infelizmente, não tem mais esse poder.
Então, como todo ser humano, ele chega exausto e relaxa
à sombra da frondosa, mas ainda pequena árvore, que dali
a alguns anos atingirá sua plenitude de 30 a 50 metros de
altura, e, caso não venha a ser derrubada, dará frutos e
será uma árvore frondosa como todas de sua espécie que
ele conhecera no passado. Muito provavelmente, abrigará
ninhos de juriti e outros pássaros, se é que ainda existirão,
pensa ele, olhando para o céu, à procura de alguma ave,
mas sua tentativa de visualizar algum pássaro que pudesse
ser fotografado foi em vão, ele deita-se na grama e
deixa que algumas pequeninas joaninhas de bolinhas
pretas, com seu corpo semiesférico e suas seis patinhas
subam em sua mão fazendo-o relaxar. Por segundos ele
se esquece do mundo apreciando o lento deslocar desses
magníficos insetos coleópteros em seu braço. As joaninhas
alçam voos e seguem o seu destino, ele companha
com o olhar de observador e com um sorriso de satisfação
no canto da boca por lembrar-se do seu tempo de criança.
Uma leve brisa toma conta do morro do Fama, e ele
respira fundo, tentando sentir o puro oxigênio no seu
pulmão, e o cheiro da escassa natureza ao redor, mas é
interrompido por um caminhão carregado de madeiras,
que deixa um rastro de fumaça e cheiro de óleo queimado
no ar. Segundos depois, a fumaça se dissipa. Ele volta a
sentir uma leva brisa oxigenando seu cérebro, inclina-se
um pouco para frente, agarrado ao tronco da árvore para
poder ver a paisagem do vale, com seu aspecto verdejante
de poucas árvores à vista

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

http://www.saraiva.com.br/tempos-de-traicao-possuidos-por-ambicao-3678144.html?utm_source=shoppinguol&utm_medium=comparador&utm_campaign=cpc_Livros3678144_8342&pac_id=8342&

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

                             TRECHOS DO LIVRO- O MENINO QUE QUERIA VOAR


O menino ficava deslumbrado com toda
aquele clima de festa e alegria envolvente e, mesmo não
ganhando nada, sentia-se feliz de participar e aceitava as
desculpas da sua irmã, que dizia que o dinheiro era pouco
e não dava para comprar nada para ele. Depois de tentar
sem sucesso vender limonada e engraxar sapatos para
arrumar um dinheirinho e assistir ao seu primeiro filme
no cinema Metro, que era mais caro que o olinda, contou
com a sorte. Descendo a ladeira, ele achou uma nota de
dez cruzeiros. o inusitado aconteceu pela primeira vez:
achar dinheiro na rua na descida do morro, onde quase
todo mundo anda olhando para o chão, em pleno domingo,
em que todos se preparavam para ir ao cinema,
só poderia ser considerado um milagre. Seus irmãos não
tinham dinheiro para levá-lo ao cinema. Achar dinheiro
no morro era um verdadeiro golpe da sorte, pois poucos
tinham para gastar e nenhum para perder. o filme era de
fantasia, de Walt Disney, e o cinema Olinda era o maior
da praça. Ele perdeu mais tempo olhando as pilastras do
que o filme. Entre uma brincadeira e outra treinava autodefesa
chutando pedras e socos nas cercas de madeira e
alguns tapas trocados entre ele e seus sobrinhos .










menino observava com angustia sua mãe, noites a fio, na sua máquina
de costura a pedalando para colocar a comida na mesa,
ela poupava o pouco que tinha para poder comprar um
cobertor para quando o inverno batesse a sua porta cheia
de fendas onde o vento gelado da madrugada penetrava
impiedosamente sobre o menino que dormia no chão frio
sobre uma esteira. Era o sacrifício de agasalhar com um
coberto de flanela, para um sonho acalentar na esperança
de dias melhores para viver e fé em deus para vencer “Ao
soprar do vento, não há jardins nem flores, não derrube a
rosa faceira o fruto e a flor da Mangueira”, dizia seu
irmão Paulo em forma de música, no seu momento
poético.
“Quando a rosa cair no chão espantará a dor e a
tristeza, alegrando os corações”.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO



Por trinta e cinco anos, José Francisco não pensou diferente:
rua era sua casa, sua mãe biológica não existia, não tinha como
encontrar seus parentes biológicos, tarefa impossível para ele,
não havia aquém recorrer ou que ele conhecesse para buscar ajuda.
Sem contar com seus pais adotivos que o esquecera para sempre e
ele passou a aceitar placidamente resignado com seu destino.
Depois de um bom tempo nas ruas longe das pressões diárias da sua
mãe adotiva ele passou a sentir uma mudança repentina e
estava evoluindo mentalmente, e naquele momento tinha a
noção exata de que a vida estava lhe pregando uma peça. O
tempo passara e ele não havia encontrado a formula certa de
como reagir ou superar aquela situação adversa. Ele passava o
tempo escrevendo frases de desejos contidos, amores pedidos
que nunca tivera e sonhar passou a fazer parte da sua vida
como forma de sobreviver ao relento, sonhar de novo com
um lar e imaginar uma família, filhos para poder dar o que
não recebera. No entanto, tinha plena consciência de que era
um sonho quase impossível de realizar. Só uma reviravolta,
uma trapaça do destino o colocaria de volta em sincronia com
o mundo real e distante. Por esse motivo, ele escrevia como
se tivesse vivido um passado que não existiu, sentia falta de
um amor que perdeu, mas que não viveu.


Levar a vida em verso

Este é o meu momento,
Fazer uma prosa não é lamento,
Pode ser a dor de um sentimento,
Pode ser tudo ou nada,
Pode ser o amor neste momento,
Pode ser a saudade que vem como o vento,
Pode ser o que pensei neste momento,
Nos vestígios deixados pelo passado vivido.
Pode ser um sonho não esquecido
Do qual não acordei e estou adormecido.
Pode ser o que foi, ou o que será do amanhã que virá,
Na certeza de te encontrar,
Deste sonho acordar 



Muitos de vocês convivem comigo há muito tempo e não

sabem o meu nome. Meu nome quer saber meu nome? Eu

sou aquele hospedeiro que te oprime todo esse tempo, que

te fez baixar a guarda, que te tirou à autoestima, e subverteu
teu ânimo, que sugou o teu sangue. Eu te fiz rastejar aos pés
de teus senhores opressores escravocratas. Por séculos não te
dei chance de reação, pois já me apoderara de teu espírito
de derrotado, te fiz sofrer calado, pois não te dei o direito do
saber, não te deixei expandir seus horizontes, bloqueei a sua
mente e te mantive longe da altivez e do conhecimento, Por
muito tempo não te deixei evoluir, para ó manter longe dos
seus direitos, por isso não te deixei aspirar à liberdade. Ainda
queres saber meu nome? Pois bem, eu vou dizer... Meu nome
é Medo Covardia, mas eu não sou invencível; já fui derrotado
em outras eras por povos que se libertaram da minha opressão,
do meu poder, de persuasão, souberam usar o antídoto,

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Por ter passado por
maus momentos, tentava não deixá-lo mais sozinho. os
fatos ocorridos meses antes a fizeram passar por dois
sustos, e fizeram dela uma mãe sempre alerta, sempre
o MENiNo QUE QUERiAVoAR
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pronta a proteger seu pequeno tesouro. Um deles foi
quando dona Candida, ao ver seu filho sendo arrastado
por uma porca que acabara de da criar, o abocanhou pela
roupa no quintal e tentava levá-lo a todo custo para dentro
do chiqueiro, talvez para servir de alimento aos porcos
capados da raça White Chester seus companheiros de
chiqueiro, pai dos seus doze filhos suínos robustos
“Animais introduzidos pelos ingleses na região no início
do século” Porcos enormes criados para serem mortos e
vendidos na cidade de Paty. inutilmente, o menino
franzino lutava e gritava por sua mãe, que, por sorte,
encontrava-se cortando lenha no quintal. Ao ouvir seus
apelos, em segundos ela surgiu para resgatá-lo e salvá-lo
da fúria do animal. obstinada, ela entrou em luta corporal
com a porca, agarrando-a pelos pés. Seguiu-se uma luta
desesperada entre aquela pequena mulher e o animal
enraivecido. Com muito esforço, ela a manteve perto de
si, segurando-a pelo rabo, foi ganhando terreno e por
muito custo a arrastou para perto de onde estava cortando
a lenha, afastando-a do chiqueiro e mantendo a porca ao
seu alcance. Usou a sua astúcia e a fibra de mãe, quando
viu sua cria em risco de vida

APRESENTAÇÃO

https://youtube.com/shorts/qdngHg1eO3M?si=ORq6NhaSUzRvAO5o