Quem sou eu

Minha foto
São minhas palavras perpetuando histórias. Revivendo as memórias de coisas que nunca vi. São minhas palavras que criam esse mundo misterioso, do real ao ficcional. COSTA, JOÃO. MEU PENSAR , CONTOS , PROSAS E POEMAS 2 (02) . Edição do Kindle.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA EFEFITO

Capítulo 2

     Segunda-feira, 23 de dezembro de 1963,


Segunda-feira, 23 de dezembro, 16 hs

     No centro da cidade do Rio de Janeiro, o povo vivia a expectativa de novos tempos com a proximidade do ano novo. A política no país capengava com incertezas e rumores, mas o povo mantinha as esperanças em dias vindouros. Era a semana do Natal, e o espírito cristão e natalino ainda predominava sobre a maioria das pessoas, fazendo com que esquecessem, por alguns instantes, da acidez do mundo. As lojas estavam enfeitadas,com presépios retratando o nascimento do menino Jesus. Nas vitrines das lojas, bolas coloridas e luzes piscavam em ritmo cadenciado nas árvores natalinas, iluminando o Papai Noel e suas renas em cenários com neve, montados dentro das lojas, aguçando os sonhos das crianças. As cores vivas encantavam os passantes, vidrados em seu efeito mágico. Nessa época de festa, todos se mantinham centrados em seus afazeres. O som das músicas ecoava nas ruas, vindo das lojas de nome como Rei da Voz e dava o clima festivo do mês de dezembro. “Jingle Bells” era a melodia que tocava na maioria dos estabelecimentos comerciais. A multidão, aglomerada em busca de novidades, se acotovelava nas lojas de discos, pois as vendas de músicas natalinas aumentava com novos lançamentos. A preferida era “Noite Feliz”, escrita em 1818 pelo padre Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber.

     O clima era contagiante nas ruas da Alfândega e Sete de Setembro, que estavam cheias de homens, mulheres e crianças aparentemente felizes. Eram os consumidores em busca de presentes. Muita gente se amontoava em frente às vitrines de joalherias e a jovem ficava de olhos bem abertos, vidrados e arregalados, admirando os homens comprando colares para suas mulheres ou amantes. Proeminentes senhoras da alta sociedade, ávidas por novidades, enchiam os magazines do centro da cidade e levavam a tiracolo suas empregadas

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Saraiva Voltar Início | Literatura Nacional LIVRO DIGITAL Jogo Sujo: Cidade do Crime (Cód. 8889211) Jo�o MC Jr. Jogo Sujo: Cidade do Crime > Mais sobre o produto > Caracteristicas Técnicas R$ 16,00 Cartão Saraiva

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.



TRECHOS DO LIVRO. 


Mercedes, filha de imigrante espanhol com indígena, tinha uma história de luta. Foi criada em um convento até os dezoito anos, teve sua prisão decretada porque ensinava história do seu povo para crianças órfãs em um mosteiro em San Paranhos, foi salva da morte por milagre quando um terremoto destruiu a prisão onde ela se encontrava encarcerada  em 1942, e de onde provavelmente não sairia com vida. Depois do acontecido, os corpos que eram achados sob os escombros eram jogados em uma vala comum no cemitério de indigentes, seu corpo estava entre os mortos, retirados à noite e transportados em caminhões. No outro dia seriam enterrados e uma retroescavadeira jogaria terra sobre os corpos.
Mercedes por um milagre acordou no meio da noite com a chuva molhando o seu rosto. Tossindo muito, ela respirava com dificuldade. Seu  rosto esta coberto de terra, e embaixo dela uma pilha de corpos se amontoava, na mais horripilante cena de terror. Mercedes sentiu pernas e braços entrelaçados aos seus; inicialmente imaginou estar ainda na prisão, onde poucos segundos antes de desmoronar havia sido comunicada da sua transferência - os soldados estavam começando a abrir a cela quando o evento se deu. Cinco horas depois ela encontrava-se em cima de uma pilha de corpos de militantes e dos próprios soldados que a levariam talvez para morte.
Mercedes se levantou dos mortos como numa cena de ressurreição e bateu a terra do seu uniforme de prisioneira. A lua voltava a brilhar sobre sua face. Ela caminhou em passos firmes; nenhuma alma naquela noite circulava pelas ruas de Talvegue, nem a milícia ousava vasculhar os escombros da cidade abalada por um tremor da liberdade. Sua silhueta dobrou a esquina da rua do cemitério e sumiu na noite
Nos anos setenta, as vésperas das eleições, os jornais pertencentes à família Lancarto noticiavam grandes festas populares de graça nas praias e nas praças; e na televisão, os programas enalteciam os feitos do governo nas áreas econômicas.
Nas ruas de Talvegue, os dias se tornavam cheios de armadilhas para os desavisados. A truculência da polícia se fazia cada vez mais constante; era proibido discursos de opositores a Lancarto, os simpatizantes da candidata Mercedes Dolores eram presos e os pequenos jornais que apoiavam a sua candidatura eram fechados ou incendiados à noite – fato que ficou conhecido como noites das chamas antidemocráticas. Mercedes não aparecia em público por segurança, e ficava em San Mercedes, onde tinha a sua base eleitoral. Não havia dinheiro para ela se locomover, suas viagens eram feitas em ônibus e caminhões.
Por precaução Lancarto tomava atitudes tipicas de politico que tinha muitos inimigos.e quase toda a família de Lancarto passava as férias na Europa durante as eleições, exceto em Londres. Lancarto percorria San José no seu avião particular

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.

AMAZON,  KOBO.

TRECHO DO LIVRO


Europa, ano 2025.

     O delegado Malone e sua esposa Olga fazem um tour pelo continente com seus dois filhos, que depois retornam para onde estudam, a Suíça. Eles estão na Itália em breve passagem e saem do hotel, às 19h45, para visitar os parentes que moram em Roma.

     Caminham tranquilamente como um casal romântico e de vez quando se abraçam e se beijam para se aquecer, pois a noite está fria. Minutos depois Malone pisa em falso ao atravessar a rua e quase cai, mas por sorte ele está abraçado à sua esposa e ela o ampara. Com o movimento brusco do seu corpo, porém, sua carteira escapa do seu bolso sem que ambos percebam e eles continuam a caminhada descontraídos.

     Um pouco adiante ele segue distraído e admira a sua obra de arte barroca preferida, agora um pouco afastados dos inúmeros turistas aglomerados em frente à Fontana di Trevi. Como a Fontana di Trevi é a maior e a mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália, localizada na rione Trevi, em Roma, Malone pensa em jogar uma moeda e fazer um pedido de proteção contra os inimigos ocultos. Ele pede uma moeda para a esposa e faz menção de jogá-la, quando se assusta com o ronco de uma Scooter que freia bruscamente. Ele se volta para olhar e, nesse ínterim, alguém bate em suas costas.  Ele dá de cara com um jovem cabeludo com jaqueta de couro e com um sorriso no rosto, que ostenta uma carteira na mão direita. O jovem italiano se dirige a ele e diz o seguinte em sua língua, que Malone domina muito bem por ser filho de italianos:

     – Me dispiace, signore, che tu caduto il portafogli.

     Em seguida o jovem lhe devolve a carteira e Malone, bastante surpreso, pega-a e coloca a mão no bolso da calça para certificar-se de que aquela era mesmo a sua. Depois, agradecido, ele segura a mão do jovem e diz:

     – Molto grato, giovane.

     O rapaz sorri para o delegado, sobe na sua Scooter 350 CL e sai cantando pneus e sumindo na esquina.

     Malone olha para Olga, dá um sorriso maroto e, olhando a carteira intacta, diz para a esposa:

     – Que sorte a minha! Além dos documentos, ainda tem aqui 700£.

     Olga segura Malone pelos braços, vira-o de costas e enfia a mão no bolso da calça do seu marido para se certificar de que estava rasgado, depois diz:

     – O bolso não está rasgado, querido, mas sua sorte é estar onde o rato não roeu a roupa do rei de Roma, e não lá, em Rosário, onde o corrupto ri à toa. Mas também pudera, Malone, o bolso da sua calça está muito raso. Quando voltarmos, vou escolher uma calça de bolsos fundos para você andar em Rosário.

     Malone dá uma risada e diz:
– Esse seu trocadilho é bem antigo e infame, Olga, mas gostei. Confesso que foi bem repaginado e não deixou de ser engraçado.

domingo, 8 de novembro de 2015

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.

TRECHOS DO LIVRO.













Em outro ponto da cidade, o clima estava tenso nos bastidores da campanha de Lancarto, em uma suíte de um hotel. O governador Lancarto Aranha discutia com seu secretário sobre o rumo das eleições.
- Como é possível, Hernandes? Nós estávamos na frente o tempo todo.
- Houve uma reviravolta nas pesquisas. Estão dizendo que a imprensa vai publicar um documento bombástico sobre o passado do coronel Ferraço e da sua família amanhã.
Nervoso, andando de um lado para o outro, Lancarto, aos sessenta e cinco anos, já aparentava ter setenta. Tinha marcas de um homem possuído pelo poder e prestes a perdê-lo. Ele não estava preparado para a derrota que viria. Como alguém que construiu um poder que considerava vitalício poderia agora estar perdendo de forma tão constrangedora?

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO. E- BOOK

Lancarto começou um discurso para os seus assessores como se estivesse no palanque, a única diferença era que esse seria um discurso em tom melancólico, como uma despedida do poder. Entoando a voz, ainda com o seu charuto cubano na mão direita e um copo de vodka na outra, ele começou com o tema que mais fizera parte da sua vida.
- Que traição ocorrera que eu não percebi entre os meus colaboradores? Onde estão indo os amigos que alimentei por décadas, com acesso às riquezas deste país, país este que fora construído pelo meu pai, que há cem anos soube fazer desta terra de ninguém um lugar próspero. Ele foi o primeiro a explorar as riquezas desta terra, e com muita luta seguiu por décadas criando uma classe de novos empreendedores, criando empresas que foram desenvolvida por sua mente brilhante e por mim, que soubemos explorar suas riquezas minerais criando uma sociedade próspera, abrindo as portas para o capital, que soube valorizar o legado deixado por Don Lancarto, governando com sabedoria e criando um país que não existia para o mundo

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

TRECHOS DO LIVRO




Como várias cidades do extremo sul do planeta, Rio de Rosário também vive
uma epidemia malévola e algo sinistro toma conta de tudo sutilmente, como sendo um
poder paralelo. Percebe-se uma inércia no ar que favorece os bandidos e os
conspiradores de plantão. Milhares de cruzes são fincadas quase todos os dias sobre rios
de lágrimas, respingadas do sangue de inocentes vítimas de balas perdidas e de assaltos
nas saídas de bancos, dentro dos ônibus, nos trens e nos metrôs. A violência não escolhe
vítimas, pois crianças, velhos e policiais são todos vitimados por essa onda nefasta.
Ademais, corriqueiramente algumas cidades são sitiadas por bandos armados que nos
remetem ao passado, fazendo-nos relembrar o faroeste do tempo das diligências.
Sul da cidade.
















Em um shopping no bairro Dourado, o detetive Romão, lotado na Delegacia de
Roubos e Furtos, passeia com sua namorada. Eles entram numa loja de roupas
femininas da marca Lellis France e sua namorada escolhe cinco pares de sapatos
importados de 500£ e bolsas de R$ 2.000,00. Romão está sentado bem relaxado numa
poltrona de couro, parecendo mais um DJ bem-sucedido trajando uma calça jeans da
grife DL. Ostentando um relógio Rolex de ouro no pulso e um cordão de ouro com uma
cruz cravejada de brilhantes, Romão age como uma celebridade do mundo do showbiz.
É bajulado pelas vendedoras que já o conhecem como um possível novo rico, alguém
que gasta sem reclamar. Muito solícitas, elas o agradam servindo, numa bandeja de
prata, drinques e petiscos. Enquanto ele degusta canapés, azeitonas, calabresas e toma
reforçada dose de uísque, sua namorada marombada e loiríssima gasta a rodo. Minutos
depois eles saem do shopping abarrotados de compras e ele, na garagem, entra na sua
Lamborghini modelo 2025, depois seguem pelas ruas do bairro Dourado.
O verão de 40°C aumenta o fluxo de turistas e a cidade se transforma, em boa
parte do ano, quase numa Torre de Babel. No seu momento surreal, Rio de Rosário
transmite seu calor humano através de suas festas monumentais, pois ela é, pode-se
assim dizer, uma cidade cosmopolita.
Mas o poder paralelo do crime organizado cresce sorrateiramente no submundo
sombrio da cidade. Seus chefões, em alguns casos, são vistos como homens de negócios
e seus frutíferos e colossais empreendimentos estão diversificados e crescem
dispersados por todo lado. Estão camuflados em alguns bairros nas fachadas discretas
de boates, bares e prostíbulos de luxo em prédios de sua propriedade, juntamente a

clínicas de aborto que rendem milhões e a pequenos cassinos parceiros das máfias local

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

JOGO SUJO CIDADE DOCRIME

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

Paris, ano 2025
Na Europa, há muitos dias longe do caos urbano de Rio de Rosário, Malone e
Olga usufruíam do seu último dia de férias.
A manhã agradável, o clima perfeito e o céu salpicado com poucas nuvens e de
um azul-turquesa ao fundo são uma aquarela a valorizar a paisagem e um convite para
se envolver e desfrutar da manhã. A temperatura de 15°C anima o casal, que acorda
cedo para aproveitar o penúltimo dia de férias na Cidade Luz.
Haviam deixado para esse dia o passeio que consideravam mais relevante. O
clima cooperava para a maratona cultural programada, já que era uma estação perfeita
para quem está de férias num país visto como símbolo da democracia no mundo.
O casal toma café no Pax Hotel e eles conversam bastante, enquanto fazem a
degustação do Pan au Chocolat.
Olga diz:
                                                      E-BOOK
                                       
                                                                LIVRO FÍSICO

– Malone, meu querido, sempre que está em Paris você acorda disposto e está
com uma cara de felicidade esta manhã! Parece que há uma energia boa emanando de
você. Não vai me dizer que tudo isso é fruto da nossa noite de amor ou é só o passeio
que está mexendo com você?
– Sabe, Olga, você tem sempre razão. Os anos passam e tanto você quanto Paris
ainda me revigoram e me enchem de amor e desejo – respondeu Malone.
Depois, com um sorriso e um beijo na face delicada da esposa, Malone completa
dizendo:
– Você adora Paris, Olga, e eu adoro você! Também vejo que você está mais
saltitante e até parece uma bailarina do Bolshoi!
– Continue massageando o meu ego, quem sabe eu não o retribua mais tarde –
insinuou-se Olga.
Prosseguindo, continuou ela:
– Mas como não gostar, meu Don Juan? O clima desta cidade faz cócegas
também no seu ego e você fica parecendo um adolescente com toda essa energia que
chega a me assustar. Te pergunto: como evitar todo esse clima afrodisíaco se aqui se
come bem, se respira democracia, o ar está impregnado de cultura, há museus por toda
parte, o passado está presente e o futuro se concretiza dia após dia? A violência não está
presente no cotidiano desta cidade nem a corrupção não se estabelece como meio de
enriquecimento ilícito. Tudo isso nos deixa com certa leveza no ser e você segue sem
suas paranoias e desligado das preocupações rotineiras.
– Você ficou tão poética hoje, querida! É até provável que nós voltaremos para a
suíte mais cedo...

domingo, 1 de novembro de 2015

TEMPOS DE TRAIÇÃO POSSUÍDOS POR AMBIÇÃO.

TRECHOS DO LIVRO.

Chacon era um homem pacífico, que adotara o lema da igualdade racial, da paz e da sabedoria para vencer seu inimigo ideológico e lutar contra seu próprio medo. Seus feitos são relatados por aqueles que viveram no seu tempo e leram seus manifestos, colados em muros, igrejas, bancos de espera de hospitais e de praças públicas. Os que compartilharam da sua luta de fé não se esqueceram jamais da sua determinação. Ele teve a coragem de desmistificar a histórias desses homens que se passavam por homens de bens, em nome de uma nova ordem mundial. Ao concluir seus estudos sobre a origem desses clãs, e sobre suas conquistas, ele deixou escrita sua teoria sobre eles, o que foi um alerta para os seus seguidores, e leais companheiros de luta; 
Chacon dizia que ao conhecê-los melhor poderíamos reescrever a história, esse momento obscuro que vivemos e nos remete ao passado. De alguma forma, esses aventureiros nos fazem querer decifrar seus segredos, seus códigos de conduta, sua irmandade e os relatos dos seus feitos heroicos.       Há no universo das pesquisas bons motivos.
Ao criar novos conceitos sobre as suas conquistas, descobriremos quem são os verdadeiros heróis da nossa história?Os que subjugam ou os subjugados? Podemos questionar sobre outros pontos de vista? Conhecer toda a espécie de homens que desbravaram essas terras desconhecidas, descobrindo novos mundos e novas civilizações, por séculos ajudaram seus sucessores a construir o seu próprio futuro e destruíram o presente de outros povos.  
Suas mentes maquiavélicas foram determinantes nesse processo de domínio, considerados por eles inteligência maior. Eles amaram, na mesma intensidade com que odiaram o seu semelhante, formando-se mestres em traições, em busca da riqueza e poder. Homens aventureiros, conquistadores, destemidos, ambiciosos, homens possuídos pela cobiça, almejam conquistar tudo que estiver ao seu alcance, não medem esforços para atingirem seus objetivos, comumente de forma ilícita. Para eles, o preço da traição só será pago com a morte dos oponentes, agem como se fossem juízes e carrascos, criam suas próprias leis para se protegerem e para justificarem seus atos de barbárie, estabelecem uma apartheid para manterem seu poder absoluto de conquista sobre os mais fracos, e dessa forma se enriquecem com bens alheio.

 


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

DIÁLOGOS DO LIVRO.



 Temos investido em compras de armas de última geração, carros blindados para delegados e uma central de escuta que custou milhões ao governo, e isto, Malone, é só o começo. Conto contigo para uma nova empreitada, numa cruzada contra o crime. Se você for bem-sucedido na missão e quiser arrumar um extra para comprar aquele tão sonhado apartamento em Miami de cara para a praia, coloco você na área de compras e tudo se resolve. – Desculpe, secretário, agradeço-o pela oferta, mas não tenho a intenção de mudar de ramo. Agora, com relação ao convite para assumir esta delegacia isso me deixa confuso. O senhor poderia ser mais claro? É que estou sentindo grande preocupação nas suas palavras e sei que temos ótimos policiais. Assim, por que logo eu que não sou da área sou convocado? Gostaria que fosse direto e, se possível, poderia ser mais claro. – A situação é a seguinte, meu caro amigo. Tenho uma grande dor de cabeça com a Delegacia de Roubos a Bancos... A frase é interrompida quando o telefone toca e o secretário o atende. Ele se vira de costas para Malone e, só depois de ouvir bem quem está do outro lado da linha, responde com evasivas palavras: “Sim, de acordo, está quase tudo acertado. É lógico que vai dar certo, pode confiar. Já falei, não se preocupe, está quase tudo certo”. Segundos depois, o secretário Adriano Torres retoma o diálogo com o delegado Malone: – Desculpe a interrupção, Malone, minha cabeça tá a mil nestes dias! Logicamente que você deve assistir aos noticiários e sabe que a coisa tá preta, amigo. Todo dia tenho de exonerar alguém envolvido com o crime, pois há um festival de delitos na cidade, o governador anda me pressionando e há um grupo de policiais que me tira do sério. Sei que eles estão envolvidos em falcatruas, porém não consegui reunir provas concretas contra eles.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

TRAPAÇAS DO DESTINO CAUSA E EFEITO

TRECHOS DO LIVRO.


A cabeça da vítima, com o impacto do projétil, tombou à direita do seu corpo, escondendo temporariamente o sangue derramado.

    Demostrando frieza, eles não fizeram questão de descobrir a vítima por inteiro. Levantaram somente a parte superior do cobertor, em que o orifício da bala entrou para se certificarem da sua eficácia e da sua trajetória na cabeça da vítima.

    Parecendo satisfeitos com o resultado, eles coçaram a cabeça e confabularam em tom baixo, para que ninguém ouvisse seus segredos e se retiraram, comentando entre si sobre o estado físico do homem em local de risco. As nuvens se agruparam sobre a cidade e a chuva começou a cair, apagando rastros na noite, mas não com a intensidade anunciada, deixando pistas para trás. Mais adiante, a jovem estava tentando dormir, protegendo-se do frio com folhas de papelão, encostada na porta de entrada do Ministério do Trabalho.

    Uma hora depois, acordou trêmula e assustada com o intenso tráfego de caminhões e tanques de guerra, que trafegavam pela contramão, na rua Primeiro de Março. O forte pisar da tropa de soldados em marcha na cidade vazia, ecoava de forma uníssona em seus ouvidos. Eles passavam, olhando aquele ser envolto em folhas de papelão de listras amarelas e verdes.
















Seu queixo batia debaixo do cobertor rasgado e gasto que ela achara na rua. Ela parecia desconexa, vivendo nesse clima sombrio e tenso, que tomava conta do país e passava por momentos de grandes incertezas políticas. Estava alheia a tudo isto e há dias tentava somente ter direito à vida e sobreviver a essa gestação. Vagava a esmo, no burburinho da cidade. Seu lento deslocar era indício do que estava prestes a ocorrer. Com algumas contrações a incomodando, e com suas forças esvaindo-se, caminhava lentamente entre tanques de guerra e centenas de soldados.Estava enfraquecida pela falta de alimentação regular e pela luta diária para a sobrevivência dela e da sua gravidez. A incansável jovem buscava forças na providência divina. Precisava de uma mão amiga que a socorresse naquele momento crucial da sua vida. Não necessitava de esmolas, mas de compaixão, de amor do próximo, algo aparentemente inexistente no clima em volta dela, naqueles últimos dias de gestação.

    A tropa passou por ela, posicionando-se em direção ao Aeroporto Santos Dumont. Ela recompôs-se, respirou fundo, tentando manter o equilíbrio do seu corpo e de sua emoção.

    Depois de descansar por mais alguns minutos nas escadarias do prédio do Ministério do Trabalho, reuniu a pouca força que lhe restava, 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

E-BOOK NAS LIVRARIAS, AMAZON, SARAIVA,





“Os grandes pensadores como Aristóteles já falavam da ética em
sua Física, afirmando que a função natural do homem é
raciocinar bem e raciocinar bem é raciocinar em consonância
com a virtude. Portanto, a ética de Aristóteles se concentra no
caráter do agente como aquele que é bom ou moralmente mau.
Essa é a chamada ética da virtude.”
Citação do autor
Aviso
Se você não gosta de pôr em dúvida suas virtudes e é desprovido dessa
chama e não tem coragem de encarar seus medos, e se, igualmente, não
aceita questionamentos sobre a ética, considere tal mudança ao ler este livro.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Nas asas da imaginação nasce um desejo.

https://m.facebook.com/sharer.php?u=http%3A%2F%2Fwww.fnac.pt%2FO-Menino-que-Queria-Voar-Joao-M-C-Jr%2Fa739197&sid=0&app_id=966242223397117&referrer=share_button&ref=plugin&_rdr

sábado, 26 de setembro de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME.

"Jogo sujo - Cidade do crime" se passa no futuro não muito distante. Onde o crime organizado ou não se estabelece de forma contundente. Em 2025, no cotidiano dessa cidade imaginária, a ausência do poder ou seus equívocos éticos proporcionam um campo fértil para todos os tipos de barbárie urbana que se possa imaginar, e desgraçadamente habitam o dia a dia de seus cidadãos, proporcionando medo e dor. E inevitavelmente colocando de forma explicíta essa bela cidade na contramão dos avanços de outras cidades do mundo, onde esse universo marginal e obscuro fora banido. Na cidade de Rio de Rosário, a mão pesada da lei não se fez presente e não estabeleceu com o tempo ou determinou o fim desses abusos. Mas, para avaliar tais conceitos éticos, por outra ótica existe, dentro desse universo caótico dessa cidade, alguém que estabelece um paradoxo e questiona com seus métodos tais desvio de conduta e cria esse contratempo para uma breve reflexão

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

Decepcionado com a concorrência desleal, ele voltava para casa
 frustrado e de mãos vazias. À noite, seu irmão brincava com uma pedra muito brilhante, que emitia uma luz própria quando colocada no escuro. Ele achara esta pedra no riacho em meio à tabatinga, guardava-a como talismã e a escondia de todos, como um bem muito precioso. Tempos depois, um homem de nome Rachid, que se dizia caixeiro via- jante, encontrou-se supostamente por acaso com seu irmão, que tinha a fama de o guri da pedra brilhante que vivia brincando com sua pedra brilhante dentro de uma caixa de madeira, que, por ser escura, iluminava seu interior. Rachid o cercou e pediu para apreciar sua pedra de brilho intenso, ficou impressionado com tamanha beleza e preciosidade, e, como bom vendedor,
 o convenceu a trocá-la por um par de galochas, maior que o seu pequenino pé.
Depois dessa barganha, nunca mais foi
visto no Morro do Fama, enquanto o menino da pedra
brilhante passou alguns anos medindo a galocha no seu
pé todos os dias. No entanto, nunca a calçou, pois seu pé
não cresceu o bastante. o menino observava sua mãe com
um olhar carinhoso e, preocupado com ela na sua tarefa
estafante de todos os dias, tentava ajudá-la na tarefa do
dia a dia. Ainda franzino, com suas pernas curtas e muito
pequeno ainda para tal trabalho, ele tentava inutilmente
acompanhar seu ritmo alucinante nas tarefas de debulhar
o milho para fazer o fubá, cortar a cana para colocar na
moenda, depois de extrair seu caldo, levar ao fogo para
se transformar em melado

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

http://googleweblight.com/?lite_url=http://sgleituradigital.com.br/?portfolio%3Dtwitter-interface&ei=WbSASZXr&lc=pt-BR&s=1&m=485&ts=1441984685&sig=APONPFkzjQDBY36woGiO4ci09RsAfc3Peg
Ano 2025.
Os principais jornais internacionais noticiam, com grande pompa, a aterrissagem
de uma nave espacial chinesa no planeta Marte. Sem muito alarde, os chineses
venceram a corrida espacial e chegaram antes dos americanos e dos russos e se
consagraram como os primeiros seres humanos a pisar no solo de Marte. Eles ainda não
haviam detectado sinais de vida inteligente em Marte mas, ao fincarem sua bandeira
vermelha lá, descobriram um volume de petróleo tão abundante como se fosse um mar
de lama negra.
O problema dos chineses seria a construção de naves de carga, para assim poder
transportar o petróleo e se tornarem os novos reis do ouro-negro. Já na Terra, em outra
manchete alentadora, era feita a descoberta da cura do câncer na Índia, sendo ambos os
fatos extraordinários para humanidade. Em alguns países estavam sendo desativadas
prisões de segurança máxima com a redução do número de criminosos e,
consequentemente, do crime – organizado ou não. Certos governos haviam equacionado
de forma inteligente a onda de violência urbana em seus países e, com a ciência
evoluindo quase ao ritmo da velocidade da luz, foi possível a descoberta da vacina
antidroga.
Na contramão dos avanços de ordem científica e punitiva, a queda das
desigualdades sociais – sendo ambos fatores apontados como responsáveis pelo
progresso nos países – no hemisfério sul, na cidade de Rio de Rosário, vive-se à sombra
do medo. Com o aumento dos derivados de petróleo no mundo, devido à Guerra do
Oriente o contrabando de gasolina enriquecia a máfia do petróleo. O aumento da
criminalidade abarrotava as prisões de criminosos, as quais explodiam em violência
com a superlotação. Muitos prisioneiros amotinados degolavam seus rivais para poder
reduzir a população carcerária, que sem dúvida extrapolava o limite da tolerância
humana. Nas ruas havia um confronto diário que deixava rastros de sangue nas esquinas
e nos guetos

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

A madrugada chegava e a fauna tomava conta do palco, diversificando-se.
Novos e ativos exploradores chegavam furtivos para desfrutar da
riqueza da flora e da fauna. Sem se importar com o frio
da madrugada, o ouriço-cacheiro, protegendo seus rebentos
recém-nascidos, espantou seus predadores, os lobos guará,
soltando seus espinhos, com uma precisão de arqueiros medievais,
causando dor aos oponentes. Um pouco mais abaixo em uma plantação de milho,
com seu olfato aguçado, um tamanduá-bandeira localizou seu
banquete noturno e balançou sua cauda longa, espeçando
em sinal de satisfação. Em seguida, alimentou-se em um
cupinzeiro, aproveitando a lua nova. A seu lado, o tatu canastra,
seu vizinho e companheiro de caça noturna,


domingo, 6 de setembro de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR





quinta-feira, 3 de setembro de 2015

JOGO SUJO CIDADE DO CRIME

"Jogo sujo - Cidade do crime" se passa no futuro não muito distante. Onde o crime organizado ou não se estabelece de forma contundente. Em 2025, no cotidiano dessa cidade imaginária, a ausência do poder ou seus equívocos éticos proporcionam um campo fértil para todos os tipos de barbárie urbana que se possa imaginar, e desgraçadamente habitam o dia a dia de seus cidadãos, proporcionando medo e dor. E inevitavelmente colocando de forma explicita

 essa bela cidade na contramão dos avanços de outras cidades do mundo, onde esse universo marginal e obscuro fora banido. Na cidade de Rio de Rosário, a mão pesada da lei não se fez presente e não estabeleceu com o tempo ou determinou o fim desses abusos. Mas, para avaliar tais conceitos éticos, por outra ótica existe, dentro desse universo caótico dessa cidade, alguém que estabelece um paradoxo e questiona com seus métodos tais desvio de conduta e cria esse contratempo para uma breve reflexão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

TRECHO DO LIVRO
Tais fatos foram protagonizados por seus moradores
e eram perpetuados nas lembranças dos prosadores,
noctívagos e contadores de histórias desse passado
inusitado. Nesse tempo de labor, as forças da natureza
determinavam o rumo que os moradores dessa região
deveriam tomar ao confrontar-se com as intempéries,
decorrentes do tempo sombrio, a que foram submetidos,
como testes às suas convicções.


 Messias, como era chamado, sacou sua arma,
deu um passo à frente, fez a mira como se fosse um duelo
quando só há uma chance de abater o inimigo. Ele atirou
sem tremer ou pestanejar, e a fumaça tomou conta do
cenário. Quando clareou o ambiente, pode se ver que ele
havia abatido a onça com dois tiros entre os olhos, usando
sua inseparável garrucha de dois canos. Enquanto seu pai
vibrava com seu feito, o menino aproximou-se da onça e
acariciou o animal, entristecido.


https://www.chiadoeditora.com/livraria/o-menino-que-queria-voar
Todos esses fatos eram
comprovados por caçadores colecionadores de relíquias,
que negociavam unhas e pelos dos supostos lobisomens
que os deixavam grudados na figueira ao fugir dos
cachorros de caça da região. Esses fatos só ocorriam
depois da meia noite na lua cheia. o mais convincente de
todos era Zeca Calango, mestiço de olhos verdes e forte
como um touro, exímio tocador de acordeom. Ele gostava
de cantar cantiga de rima, antes de começar a narrar suas
histórias como a rima que lhe deu nome, Calango tango
no caminho da lacraia vou tocando e me rindo no
calango, atrás de um rabo de saia. Vindo das cercanias de
Arcozelo, Zeca Calango contava suas fábulas sempre
com um sorriso de canto de boca, valorizadas por três
dentes de ouro. A sua preferida era da mula Fantasma.
Dizia que, na lua nova, no alto do Morro do Fama, a mula
sem cabeça trotava na estrada, soltando labaredas da
degola e por onde passava deixava um rastro de destruição
e terror, incendiando lavouras, cafezais e ranchos.
Afirmava convicto de suas histórias, que esta alma
penada era da mula de um escravo de nome Justino, que
recebera a mula do seu senhor, o Conde de Avelar, como
prêmio por nunca ter sido castigado todo o tempo em que
fora escravo de um único senhor. Mas o fato ocorrido no
passado em uma fatídica noite de lua cheia com a mula
desse pobre homem deu origem à suposta lenda para
alguns e fato real para os sábios da região, principalmente
ele, o destemido Zeca Calango, que se apresentava como
descendente do escravo Justino.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O MENINO QUE QUERIA VOAR

TRECHO DO LIVRO.

Ele sorria feliz por preencher com sua voz afinada a acústica da pequena igreja, a Casa de Oração de Maravilha construída logo abaixo do Morro do Fama, e, como de hábito, estava sempre bem vestido. Nesse domingo considerado especial, ele trajava seu melhor terno de gabardine, que comprara semanas antes com o dinheiro das vendas da boa safra de abóboras e repolho. Vaidoso, ele gostava de ouvir os elogios dos parentes e membros da igreja à sua voz forte e afinada. Logo após o encerramento das pregações do seu tio Margarino, que dava ênfase ao pecado da gula do vício, e das mentiras que levaria o homem à ruína, ele pegava seu cavalo tinhoso e ia para o armazém do João Gouvêa, situado a menos um quilômetro dali. Sua esposa, que todos chamavam de Dona Cândida, tinha as feições de uma pessoa bem mais jovem. Apesar dos seus quarenta anos, nove filhos e toda a dureza da vida, tinham seus cabelos negros, pele morena, sem nenhuma marca da vida dura que levava no campo, e duas lindas tranças grossas sobre os ombros, herança do seu sangue indígena. Transbordava alegria por estar servindo a este propósito. Seu vestido, com motivos florais confeccionados por ela, a deixava em sintonia com a natureza ao redor, e por hábito usava um véu branco, presente da sua sogra de origem [luso-alemã, casada com Messias, seu sogro, o artesão de colchões de origem cabocla]. Ela o mantinha cobrindo sua cabeça enquanto permanecesse no templo. Estava grávida de nove meses, e acompanhada por seus três filhos mais novos. Como fazia todos os domingos, ela repartiria entre os membros presentes o bolo de fubá e o café com leite que ainda se mantinha quente dentro de bules de ágata sobre o fogão a lenha na pequena e bem arrumada cozinha nos fundos da igreja. Os bolos de fubá ainda exalavam o cheirinho da erva doce, que perfumava o ambiente, deixando todos salivando, enquanto dona Candida orava, agradecendo o alimento que estava sobre uma mesa de Jacarandá, os bolos e pães estavam coberto por guardanapos de linho bege bordados com o tema que ela mais gostava: as flores Maravilha.







O SEGREDO A CURA